ARQUEOLOGIA IBEROAMERICANA - ISSN 1989-4104
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Pinturas rupestres do sítio Tamboril, Barras, Piauí, Brasil

Sônia Maria Campelo Magalhães, Ennyo Lurrik Sousa da Silva
e Luis Carlos Duarte Cavalcante
Universidade Federal do Piauí, Brasil


Resumo
Este artigo apresenta o sítio Tamboril, localizado na área rural do município de Barras, estado do Piauí, Brasil. O sítio arqueológico revelou uma coleção excepcional de grafismos puros, motivos zoomórficos e carimbos de mãos humanas, pintados em diferentes tonalidades de vermelho. Há sobreposições e recorrência dos registros rupestres. A conservação das pinturas é afetada por eflorescências salinas, ação de insetos (particularmente cupins e ninhos de vespas) e impacto humano (visitação sem acompanhamento e atividade agrícola nas proximidades).

Palavras-chave
Sítio Tamboril, pintura rupestre, patrimônio arqueológico, Barras, Piauí.

Datas
Recebido: 28-8-2015. Aceito: 2-9-2015. Publicado: 1-10-2015.

Como citar
Campelo Magalhães, S. M., E. Lurrik Sousa da Silva e L. C. Duarte Cavalcante. 2015. Pinturas rupestres do sítio Tamboril, Barras, Piauí, Brasil. Arqueología Iberoamericana 28: 3-8. URL: http://www.laiesken.net/arqueologia/archivo/2015/28/1. PURL: http://purl.org/aia/281.

Considerações sobre as pesquisas atuais no sítio Tamboril
Conforme divulgado neste artigo, as pesquisas iniciais no sítio Tamboril voltaram-se primordialmente para o levantamento dos registros rupestres nele existentes, para o levantamento dos principais problemas de conservação, tanto de ordem natural quanto de origem antrópica; além da avaliação de todo o ambiente no qual o sítio arqueológico está imerso, considerando flora, fauna e, pelo menos preliminarmente, a forma de interação que a comunidade do entorno exerce com esse patrimônio.
Na prospecção de informações arqueológicas com os moradores das comunidades do entorno, uma peça lítica encontrada na área foi doada para a equipe de pesquisadores, aspecto que enriquece o potencial arqueológico da região que margeia o leito do rio Longá, um dos mais caudalosos do Piauí e, certamente, de importância vital para os grupos humanos que ocuparam aquele espaço no passado.
Em um segundo momento, o interesse da investigação direcionou-se para o monitoramento dos problemas de conservação através da avaliação de diversos parâmetros, como medida de temperatura e umidade relativa do ar ambiente, aferição da temperatura atuante no substrato rochoso em áreas com pinturas rupestres e em áreas sem pinturas rupestres, e avaliação da velocidade dos ventos. Em uma etapa posterior do processo investigativo, microamostras de escamas de rocha contendo resíduos de tinta das pinturas rupestres foram coletadas, visando efetuar exames e análises arqueométricas, na tentativa de determinar a composição químico-mineralógica das correspondentes tintas pré-históricas com as quais as inscrições foram efetuadas (Figura 4).
O procedimento metodológico estabelecido consiste, pois, em uma estratégia analítica que tem como objetivo final a montagem do quebra-cabeças que permeia o universo simbólico das inscrições pré-históricas do sítio Tamboril, buscando estabelecer correlações entre os motivos pintados e a paisagem do entorno, notadamente com elementos da fauna, da flora e do rio Longá, cujo leito corre a pouca distância.

Sobre os autores
Sônia Maria Campelo Magalhães é professora e pesquisadora da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da UFPI e coordenadora do Núcleo de Antropologia Pré-Histórica, da mesma instituição. Tem Graduação em Letras Português e Francês pela Universidade Federal do Piauí, Mestrado em Pré-História, Etnologia e Antropologia DEA pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, e Doutorado em História pela Universidade Federal Fluminense. E-mail: campelosonia2@hotmail.com.
Ennyo Lurrik Sousa da Silva é Bacharel em Arqueologia e Conservação de Arte Rupestre e aluno do Mestrado em Arqueologia pela Universidade Federal do Piauí. E-mail: ennyolurrik@gmail.com.
Luis Carlos Duarte Cavalcante é professor e pesquisador da Graduação e do Mestrado em Arqueologia da UFPI, instituição em que é responsável pelo Laboratório de Arqueometria e Arte Rupestre. Coordenou, também na UFPI, o Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, no período compreendido entre agosto de 2013 e agosto de 2015. Tem Graduação e Mestrado em Química pela Universidade Federal do Piauí, e Doutorado em Ciências (Química) com tese em arqueometria pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente faz estágio de Pós-Doutorado na mesma universidade. E-mail: cavalcanteufpi@yahoo.com.br.

CITADO POR

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